
INFANTO
TEC
Esse blog é parte da apresentação da dissertação de mestrado em Educação como ferramenta de diálogo entre a pesquisadora e o leitor. A temática abordada as vivências espaciais infantis na relação com os objetos da tecnologia da informação.
Uso de tecnologia por crianças: benefício ou perda da infância?
Uma pesquisa realizada pela AVG Technologies com famílias de todo o mundo mostrou que 66% das crianças entre 3 e 5 anos de idade conseguia...
Até que ponto a tecnologia faz mal na infância?
Queimada, bets, futebol, amarelinha, pega-pega, esconde-esconde, polícia e ladrão. Praticamente todas essas brincadeiras fizeram parte da infância de diversas pessoas e são boas lembranças de uma época quando a maior preocupação era fazer a tarefa da escola.
Crianças reféns da tecnologia
As novas tecnologias e formas de comunicação estão isolando as crianças nos mundos virtuais...



Crianças que fazem sucesso na internet
Crianças à frente de canais no YouTube fazem sucesso na web
Seja meus olhos?! O uso da tecnologia na colaboração entre pares.
As tecnologias são por definição de Ruy Moreira “o conjunto dos princípios que orientam a criação das técnicas de uma civilização” estando associadas à possibilidade do uso de objetos nas atividades humanas”.
Logo os objetos, por mais rudimentares que possam parecer, são tecnologias. Todavia, é na contemporaneidade, especialmente após a terceira revolução industrial, que pudemos observar um grande salto, com auxílio dos aparelhos eletrônicos, em especial quando o tema é a inclusão de pessoas com necessidades especiais.
O uso de aplicativos voltados às necessidades especiais vêm permitindo que os portadores dessas tenham na tecnologia uma extensão de seus corpos, possibilitando não apenas facilitar suas vivências na sociedade, mas também na interação com seus pares. A escola como símbolo de diversidade e palco de convivência vem utilizando esses aplicativos na educação dos alunos e na relação entre eles.
Uma dessas práticas acontece por meio do uso de Be My Eyes, um aplicativo voltado às necessidades do portador de deficiência visual. Como o nome sugere “Seja meus olhos” convida à relacionassem pessoas com baixa ou ausência de visão e pessoas que enxergam normalmente.
A ideia do aplicativo é inspirada segundo seu criador, o dinamarquês Hans Jorden Wilberg, no FaceTime, aplicativo de imagens por meio de vídeos da Apple. Be My Eyes busca facilitar a vida do deficiente visual uma vez que a sociedade ainda não está completamente adaptada para atender às deficiências. O aplicativo sugere que em momentos de necessidade como escolher uma peça de roupa pela cor, ou a verificação da data de validade de um produto, o usuário que tem dificuldade de visão
aponta a câmera para o que deseja “ver” e um voluntário que esteja online pode respondê-lo prontamente.
Uma vez que o aplicativo é colaborativo e extremamente necessário, com extensa aprovação do público com deficiência visual, o uso na escola se torna bastante pertinente.
O uso desse aplicativo nos leva a reflexões educacionais bastante amplas, embora não tenha sido elaborado com o intuito de ser utilizado em sala de aula, revela práticas bastante instrutivas como sugere o psicólogo estadunidense Michel Tomasello, estudioso da evolução e cognição humana, que defende que a cooperação é característica natural humana e por isso fundamental ao desenvolvimento humano.Embora seja importante proporcionar o máximo de independência ao portador de necessidade, é importante ressaltarmos que qualquer ser humano, com ser social, depende da relação com os demais.
A professora Valéria, especialista em educação especial, conheceu o aplicativo em uma busca na loja de aplicativos de seu celular, se interessou pela possibilidade de poder ampliar a relação entre seus alunos em sala e especialmente fora da escola. Segundo ela, sempre se incomodou com o fato de seus alunos participarem de redes sociais e aplicativos de conversa (como grande parte dos adolescentes), formando um importante elo de amizade e ajuda entre eles enquanto um de seus alunos, esse deficiente visual, apesar de ter boa relação com seus colegas em sala, não tinha as mesmas possibilidades.
Ela sugeriu então que como maneira de auxiliar o colega em suas dificuldades nas atividades escolares para casa, ou mesmo nas questões do dia a dia, os alunos baixassem esse aplicativo para se comunicarem com o colega. Embora a professora, que trabalha com alunos da 3 série do ensino médio reconheça que o aplicativo tem suas limitações como a impossibilidade de ser usado sem a internet, reconheceu-o com muito importante para estabelecer a proximidade entre os alunos e para que os colegas pudessem ajudar o aluno com deficiência a fazer suas tarefas.
A professora pretende agora ampliar a divulgação e o uso do aplicativo para toda a escola uma vez que pode ser utilizado em qualquer disciplina por alunos de qualquer idade, desde de que tenha acesso a um aparelho, a internet e consiga o manipular.


